Nos últimos anos estamos vivendo um processo de “deseducação” em sala de aulas.
Alunos cada vez mais violentos, que acham ter o domínio de todas as coisas. De
um lado estão os professores que já não sabem mais o que fazer para que esses
alunos queiram aprender. Do outro lado os alunos, desinteressados, violentos e
mal educados.
No entanto, não podemos rotular todos os
alunos como rebeldes, inquietos e mal educados. É preciso avaliar o que leva o
aluno a ter um comportamento desagradável, a fim de que não rotulemos um aluno
TDAH como um aluno malandro.
O transtorno
do déficit de atenção / hiperatividade é um transtorno de desenvolvimento
do autocontrole que consiste em problemas com os períodos de atenção, com o
controle do impulso e com o nível de atividade. Esses problemas são refletidos
em prejuízos na vontade da criança ou em sua capacidade de controlar seu
próprio comportamento relativo à passagem do tempo – em ter em mente futuros
objetivos e conseqüências.
Não se trata apenas de estar desatento
ou hiperativo. Não se trata apenas de um estado temporário que será superado, de
uma fase probatória, porém anormal, da infância. Não é causado por falta de
disciplina ou controle parental.
O TDAH é um transtorno real, um problema
real e um obstáculo real que pode ser um desgosto e uma irritação.
O TDAH é um problema para toda a vida, crônico na maioria dos casos, causando dificuldades tanto para o garoto que vai a escola quanto para o adulto que é casado, tem filhos e trabalha.
O TDAH é um problema para toda a vida, crônico na maioria dos casos, causando dificuldades tanto para o garoto que vai a escola quanto para o adulto que é casado, tem filhos e trabalha.
Em geral, os sintomas são basicamente os
mesmos, expressando-se de forma parecida nas diferentes etapas da vida: o aluno
que não presta atenção ao que a professora diz e o marido que parece não
escutar o que a mulher está contando; a aluna que não para sentada um minuto
sequer e a profissional que vive arranjando coisas para fazer e se movimentar o
tempo todo; o garoto que responde a pergunta sem ler até o final porque é
impulsivo e o marido que decide as coisas sem consultar a esposa.( MATTOS,2003)
Pais e professores freqüentemente descrevem as crianças com TDAH das seguintes
maneiras:
“
Meu filho parece não ouvir.”
“ Ele é “pavio curto”, as capacidade para “engolir sapos” é reduzida mesmo quando isso é vantajoso para ele”
“ Minha criança não termina tarefas que lhe são designadas”
“ Meu aluno parece ler de forma automática e apesar de ter a compreensão correta das palavras não entende o texto e não memoriza fatos importantes”
“Meu filho sonha acordado”
“ O início da brincadeira parece sempre ser empolgante e interessante,mas logo essa brincadeira se torna chata”
“ Minha filha perde coisas com freqüência”
“ Minha criança não consegue concentrar-se e distrai-se com facilidade”
“ Meu filho não consegue trabalhar de forma independente,se não for supervisionado”
“ Ele muda de uma atividade incompleta para outra.”
“Ela é freqüentemente confusa ou parece estar num nevoeiro”.
“ Ele é “pavio curto”, as capacidade para “engolir sapos” é reduzida mesmo quando isso é vantajoso para ele”
“ Minha criança não termina tarefas que lhe são designadas”
“ Meu aluno parece ler de forma automática e apesar de ter a compreensão correta das palavras não entende o texto e não memoriza fatos importantes”
“Meu filho sonha acordado”
“ O início da brincadeira parece sempre ser empolgante e interessante,mas logo essa brincadeira se torna chata”
“ Minha filha perde coisas com freqüência”
“ Minha criança não consegue concentrar-se e distrai-se com facilidade”
“ Meu filho não consegue trabalhar de forma independente,se não for supervisionado”
“ Ele muda de uma atividade incompleta para outra.”
“Ela é freqüentemente confusa ou parece estar num nevoeiro”.
Tudo
isso refere-se a problemas relacionados a atenção e concentração.
Pessoas com TDAH tem problemas para fixar sua atenção em coisas por mais tempo que outras.
Elas lutam com tenacidade para manter sua atenção em atividades mais longas que
as usuais,especialmente aquelas mais maçantes, repetitivas ou tediosas. Tarefas
escolares desinteressantes, atividades domésticas extensas e palestras longas
são problemáticas,assim como leituras extensas,trabalhos
desinteressantes,prestar atenção a explicações sobre assuntos desinteressantes
e finalizar projetos intensos.(BARKCLEY,2002)
À medida que as crianças crescem , esperamos que elas se tornem aptas a fazer
tais coisas.Quanto mais velhas ficam , mais devem ser capazes de realizar
tarefas necessárias, porém desinteressantes. Aquelas com TDAH irão ficar atrás
de outras nessa capacidade. Isso irá exigir que outros participem , auxiliando a
guiar, supervisionar e estruturar seu trabalho e seu comportamento. É fácil
então, perceber como frequentemente emergem conflitos entre as crianças com TDAH
e seus pais e professores.
O que
os pais podem fazer para ajudar
Geralmente a impressão que a família tem de um lar que possui uma criança com
TDAH é que parecem freqüentemente estar num campo de batalhas. A criança
geralmente viola as regras,negligência tarefas domésticas,opõem-se as tarefas
de casa e definitivamente perturbam a paz. O TDAH não tem cura,mas existem
alguns princípios que os pais podem trabalhar com seus filhos para melhorar o
comportamento deles,seus relacionamentos sociais e o ajuste geral em casa.
O primeiro passo é informar-se sobre o que realmente é o TDAH,suas causas e
como ele se manifesta nas diversas situações do dia- a –dia e nos diferentes
lugares que a criança freqüenta. Deve-se aceitar o TDAH como um problema real e
procurar se orientar como devem se comportar com seu filho.
Os pais devem ajudar as crianças a entenderem suas dificuldades,uma vez que
elas próprias não têm uma boa crítica sobre seu comportamento.
Os conflitos diários, discussões ,argumentos e explosões de humor devem ser
reduzidos,pois podem permear as interações diárias – sua e de seu filho.
As normas sobre os comportamentos devem ser claramente estabelecidas. Ou
seja,ele precisa de um meio familiar que tenha rotinas,que seja previsível e
que especifique exatamente o que é esperado dele. Explique porque as pessoas
devem se comportar desta ou daquela maneira,pois isto não é muito evidente na
maioria das vezes.Fale das conseqüências de se comportar de modo diferente daquilo
que é esperado pelas demais pessoas.
É importante organizar as coisas de modo a ter certeza de que a criança vai
conseguir realizar o que está sendo exigido dela. Se não completa os deveres de
casa, a meta inicial deve ser que consiga completá-los inicialmente uma ou duas
vezes na semana. È importante elogiar a criança sempre que for notado um
progresso na atividade que está sendo trabalhada,pois os portadores de TDAH têm
dificuldades em perceber a si próprios e também aos outros.
Tenha em mente sempre que toda melhora de comportamento leva tempo e somente o treinamento repetido torna a criança apta a “administrar” seu TDAH.
A escola
Crianças com TDAH têm grandes dificuldades de ajustamentos diante as demandas
da escola. Um terço ou mais das crianças com TDAH ficam para trás na escola no
mínimo uma série durante sua carreira escolar. Freqüentemente as notas e os
pontos acadêmicos conseguidos estarão abaixo das notas e pontos de seus
colegas.Complicando este quadro,existe o ato de mais da metade destas crianças
com TDAH também apresentam problemas de comportamento opositivo.Isto ajuda a
explicar porque algumas destas crianças são suspensas ou até expulsas da escola
devido a problemas de condutas.
Infelizmente,muitos professores são desinformados sobre o TDAH ou estão
desatualizados quanto ao conhecimento do transtorno e seu controle. Não
obstante, quando bem orientados podem auxiliar na mudança de comportamento
destas crianças,para melhor, é claro.
O ponto de partida está relacionado à estrutura das salas de aula,pois existem
várias características na sala de aula que podem necessitar de ajustes. Um
ponto importante é o fato da distribuição das cadeiras em sala de aula.A
disposição tradicional das escrivaninhas em filas voltadas para frente da sala
é muito melhor do que um arranjo modular onde várias crianças dividem uma mesa
grande,especialmente voltadas umas para as outras enquanto trabalham. Esse
arranjo proporciona estímulos interacionais excessivos distraindo a criança com
TDAH,fazendo com que ela não preste atenção nem no professor nem no trabalho
escolar.
A criança deve ser colocada mais perto da mesa do professor ou próxima de onde
o professor fica a maior parte do tempo. Isso não apenas desencoraja os colegas
de classe a darem atenção a criança,fazendo crescer o comportamento
disruptivo,mas também torna mais fácil ao professor monitorar o aluno e aplicá-los
multas e recompensas mais rápidas e facilmente.
Uma rotina bem organizada e previsível numa sala de aula, com a disposição de
regras pode ser adicionada e é muito útil.
O uso de tarefas com maior estimulação ( cor, forma, textura, etc.) parece reduzir
o comportamento disruptivo,aumentar a atenção e melhorar o desempenho total.
O professor deve mudar os estilos de apresentação das aulas,tarefas e materiais
para ajudar a manter o interesse da criança,otimizando a atenção e concentração
do TDAH.Tarefas que requerem uma resposta ativa como oposição a passividade
permitem também que as crianças com TDAH canalizem melhor seu comportamento
disruptivo em respostas construtivas.Em outras palavras forneça a criança com
TDAH algo a fazer como parte da aula,determine trabalhos ou atividade, e o
comportamento da criança passará a ser um problema menor.
Combinar aulas com momentos breves de exercício físico na sala de aula também
pode ser útil.Isso reduz a fadiga e monotonia que crianças com TDAH podem
experimentar durante períodos muito extensos de trabalho acadêmico.
O professor deve escalar as matérias acadêmicas mais difíceis para o período da
manhã e deixar as atividades não-acadêmicas de maior atividades para o período
da tarde,pois a habilidade de concentração de uma criança com TDAH e a inibição
do comportamento diminui enormemente no decorrer do dia escolar.
Todo professor é um artista ,quando bem orientado certamente será capaz de
estabelecer várias adaptações em suas aulas favorecendo o desempenho destes
alunos.
Fonte: Associação Brasileira de Psicopedagogia.
2 comentários:
A hiperatividade em crianças requer estudo e dependendo do caso um tratamento. Quanto a desantenção, muitas podem ser as razões; as vezes é uma forma inconsciente da criança pedir "socorro" por não ter atenção devida por parte de seus familiares. "Não prestando atenção em situação necessária, alguém vai requerer minha atenção." Também tem casos de problemas de audição, visão que podem estar relacionados.
* Em se tratando de crianças, tanto a "hiperatividade" quanto a "desatenção" devem ser acompanhados por profissionais da área médica e/ou psicológica.
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